A principal diferença
entre os anestésicos gerais e locais é o local de atuação, onde os gerais
atuam a nível de SNC e os locais é a nível de SNP.
Um anestésico ideal
deve produzir uma indução e recuperação rápida, permitindo um ajuste do nível
de anestesia de acordo com a necessidade durante o curso da cirurgia.
Objetivos da anestesia:
levar a inconsciência com perda de estímulos dolorosos e motores.
Teoria dos mecanismos
dos anestésicos gerais à Os anestésicos não possuem um grupo de
receptores para que possam agir, eles agem sobre membranas sejam sobre lipídeos
ou proteínas.
-à
Teoria dos lipídeos à quanto maior a lipossolubilidade
(coeficiente de partição óleo/ água) menor o tempo de indução da anestesia.
Isso acontece pelo fato do fármaco agir diretamente na membrana lipídica. A
partição óleo / água prevê a partição dos lipídeos na membrana (alteração na
função da membrana -à anestesia).
-à
Teoria das proteínas à Muitos agentes anestésicos são capazes
de inibir a função de receptores excitatórios (receptores de glutamato,
acetilcolina ou serotonina) e potencializa receptores inibitórios (Gaba e
Glicina).
Tendo em vista as duas teorias é provável que
mais de um mecanismo tenha efeito sobre as membranas (proteínas e lipídeos).
Mecanismo de ação dos
anestésicos gerais à Inibição da transmissão sináptica (sem
efeito na condução axonal), essa inibição pode ser devida a redução da
liberação de neurotransmissores, inibição da ação do neurotransmissor, ou redução
da excitabilidade da célula pós-sináptica.
A região mais sensível
ao anestésico são os núcleos de transmissão sensoriais talâmicos e pelas
camadas profundas do córtex para qual projetam estes núcleos (inibição destes
núcleos à
falta de percepção de estímulos sensoriais).
Anestésicos podem
provocar amnésia isso se dá por uma interferência na função hipocampal (envolvido
na memória a curto prazo), certas sinapses hipocampais são inibidas pelos
anestésicos.
A medida que a
concentração do anestésico aumenta todas as funções cerebrais são afetadas (controle motor e a atividade reflexa, a
respiração e a regulação autônoma à não é possível
identificar todos os fenômenos da anestesia.
Estágios
da anestesia
- Estágio 1 à analgesia à Individuo consciente, porém sonolento e as respostas a estímulos dolorosos são diminuídos.
Fármacos que causam
grande analgesia à oxido nitroso e éter
Fármacos que causam
pouca analgesia à halotano
- Estágio 2 à Excitação à perda da consciência e não há respostas a estímulos indolores, mas responde de maneira reflexa a estímulos dolorosos. Ocorre também reflexo de Vômito, tosse, fala incoerente e movimentos, a respiração é irregular o que dificulta a inalação do anestésico. Estágio perigoso, fármaco ideal deve passar rapidamente por esta fase.
- Estágio 3à anestesia cirúrgica à respiração regular, cessa movimentos espontâneos, inconsciência.
- Estágio 4 à Paralisia Bulbar à respiração e o controle vasomotor cessam (morte em poucos minutos).
< Estado anestésico à
perda da consciência, analgesia e relaxamento muscular (consegue –se através da
anestesia balanceada à combinação).
Procedimento
Comum para conseguir anestesia à
- Indução à Agente por via endovenosa (ex: tiopental).
- Manutenção para manter a inconsciência e analgesia com 1 ou mais agentes inalatórios (ex: óxido nitroso e Halotano).
- Poderia ser suplementados com agentes analgésicos (opioides) e bloqueadores neuromusculares ( Atracúrio).
A
anestesia balanceada resulta em indução e recuperação rápidas, evitam períodos
prolongados (e perigosos) de semiconsciência.
Anestésicos inalatórios
Propriedade
do anestésico
· Coeficiente de partição sangue / gás à
diz respeito a solubilidade no sangue à quanto menor o
coeficiente de partição sangue / Gás mais rápidos são a indução e a
recuperação.
·
Coeficiente de partição óleo/ gás à
solubilidade em lipídeos à determina a potência do fármaco e sua
distribuição pelo corpo ( aumento da lipossolubilidade tende a retardar a
recuperação dos efeitos da anestesia). Ex: halotano. O tecido adiposo possui baixo
fluxo sanguíneo, precisando de várias horas para que o fármaco penetre e saia
dele. Quanto mais lipossolúvel a droga for e quanto mais obeso for o paciente
mais lento se torna estas fases.
Fatores
fisiológicos
·
Taxa de ventilação alveolar à
quanto maior a taxa de ventilação, mais rápido o processo de equilíbrio.
·
Débito cardíaco à
quanto maior o DC menor a indução, porém acelera a fase de equilíbrio.
Halotano
- Uso em declínio atualmente, substituído pelo isoflurano
- Não é explosivo nem irritante;
- Indução e recuperação rápida;
- Muito potente
- Pode levar a insuficiência respiratória e cardiovascular sendo necessário controle com precisam da dose.
- Concentrações normais podem levar a hipotensão por depressão miocárdica e vasodilatação.
- Não é analgésico
- Efeito relaxante sobre o útero à contra indicado em obstetrícia
Efeitos adversos
- · Disritmia cardíaca à sensibiliza o coração á adrenalina podendo gerar extra – sístoles ventriculares. ( tomar cuidado em casos em cirurgia para feocromocitoma ( tumor com alta liberação de adrenalina) à risco de precipitar fibrilação ventricular.
- · Hepatotoxicidade à Halotano possui metabolismo hepático. A hepatotoxicidade envolve resposta imune a enzimas hepáticas fluorocetiladas.
- · Hipertermia maligna à a susceptibilidade a desenvolver hipertermia maligna possui base genética onde o paciente possui uma mutação no gene que codifica o receptor de rinodina que controla a liberação de cálcio pelo retículo sarcoplasmático, que é ativado pelo Halotano, onde há liberação excessiva de cálcio, em consequência há produção de grande quantidade de calor (hipertermia maligna). O tratamento consiste na administração de dantroleno ( relaxante muscular que bloqueia canais de cálcio).
Oxido Nitroso
- Ação rápida ( baixo coeficiente de partição sangue/gás);
- Agente analgésico eficaz .
- Pode ser utilizado no parto.
- Baixa potência ( dificuldade em produzir anestesia cirúrgica) à não pode ser utilizado isoladamente para produzir anestesia.
- Pode produzir hipóxia transitória ( transferência do gás do sangue para os alvéolos na recuperação, isso diminui a pressão parcial de o2 o que leva a hipóxia). Por isso cuidado com o uso de oxido nitroso em pacientes que possuam doença respiratória.
Efeitos colaterais
- · Nenhum a curto prazo
- · > que 6h à inativação da enzima metionina sintetase o que leva a diminuição da síntese de DNA e proteínas à depressão da medula óssea à anemia e leucopenia. ( evitar em pacientes com anemia por deficiência de vitamina B12).
- · Aborto e mal formação fetal.
Enflurano
- · Semelhante ao halotano na potencia e velocidade de indução;
- · Pouco produção de Fluoreto ( menor toxicidade renal).
- · Pode causar convulsões.
- · Pode causar hipertermia maligna ( mesmo mecanismo do halotano).
Isoflurano
- · + utilizados atualmente
- · Não possuem características pro-convulsivas como o enflurano.
- · Custo elevado;
Efeitos
adversos
- · Hipotensão à vasodilatador coronariano o que acerba a isquemia em pacientes com doença coronariana . Cuidado ao usar em pacientes com angina.
Fármacos
recentes à
Desflurano e sevoflurano
AGENTES ANESTÉSICOS INTRAVENOSOS
< · Anestesia em cerca de 20 segundos
· Usados na indução da anestesia
Ex:
Tiopental, etomidato, propofol
Pode
ser utilizado ainda diazepan e midazolan
Tiopental
- · Barbiturico ( potencializa Gaba, menos específicos que os Benzodiazepínicos);
- · Lipossolubilidade muito elevada à efeito ressaca
- · Inconsciênciainduzida em 20 segundos, duração de 5 a 10 minutos.
- · Não possui ação analgésica.
Efeitos
colaterais
< ·
Pode causar depressão respiratória
profunda
Etomidato
- · Pode causar movimentos involuntários durante a cirurgia, náuseas e vômitos no pós operatório.
- · Mais seguro que o Tiopental ( janela terapêutica Maior).
- · Menos efeito ressaca (metabolização + rápida).
- · Pode suprimir a medula da supra renal diminuindo a produção de glicocorticoides, a diminuição da produção de cortisol diminui a glicemia podendo ser arriscado utilizar em pacientes com diabetes.
Propofol
- · Não possui efeito ressaca (metabolização muito rápida)
- · Não causa supressão da supra renal.
Cetamina
- · Produz euforia e distorção sensorial
- · Mecanismo à Bloqueio de receptores NMDA ( glutamato).
- · Frequentemente utilizada em crianças.
Referências
Range, H.P.; Dale, M.M.; Ritter, J.M. Farmacologia. 4° edição, 1999.
Lívia Maria Ferreira Sobrinho
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